O Mercado Livre Passou dos Limites: o Comunicado Que Pode Quebrar Vendedores

Mercado Livre vai monitorar os anúncios do vendedor em outros marketplaces

O Mercado Livre Passou dos Limites: o Comunicado Que Pode Quebrar Vendedores

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O Mercado Livre acabou de soltar um comunicado oficial que está causando indignação em toda a comunidade de vendedores online.
A partir de amanhã, segundo a nota enviada pela própria plataforma, o Mercado Livre vai monitorar se você tem o mesmo produto anunciado em outros marketplaces — como Shopee, Amazon, Shein e até TikTok Shop — e, caso o preço no Mercado Livre não seja o menor, o seu anúncio perderá alcance.

Ou seja, se você vender o mesmo produto em outro canal por um valor mais baixo, o Mercado Livre pode reduzir drasticamente a visibilidade do seu anúncio, afetando diretamente suas vendas e campanhas internas.

img2011-239-1024x683 O Mercado Livre Passou dos Limites: o Comunicado Que Pode Quebrar Vendedores

Eles afirmam que o objetivo é “tornar a plataforma mais competitiva”, mas, na prática, o que estão fazendo é impor controle sobre a precificação do vendedor, sem oferecer condições proporcionais para isso.

Como essa política vai funcionar

A nota explica que a partir desta nova fase, o sistema do Mercado Livre vai comparar os preços de produtos idênticos anunciados pelo mesmo vendedor em diferentes plataformas.
Se for identificado que o preço no Mercado Livre é mais alto, o algoritmo reduzirá automaticamente o alcance e o destaque do anúncio.

Não há menção a bloqueio de conta ou suspensão, mas o impacto prático é devastador.
Perder visibilidade no Mercado Livre significa desaparecer das buscas internas, reduzir vendas e ver a performance despencar — mesmo que o vendedor esteja dentro das regras.

E quem já trabalha na plataforma sabe: o Mercado Livre tem total capacidade técnica para fazer isso. Eles já aplicam políticas semelhantes de ranqueamento, reputação e destaque em função de fatores como tempo de envio, reclamações e desempenho logístico.

Por que isso é uma decisão injusta

A decisão é incoerente e injusta por um motivo simples: o Mercado Livre cobra algumas das maiores taxas do mercado, e mesmo assim quer que o vendedor ofereça o menor preço entre todas as plataformas.

Enquanto Shopee, TikTok Shop e Amazon oferecem modelos mais flexíveis, o Mercado Livre exige frete grátis em produtos acima de R$ 79, além de comissões que podem chegar a 18% ou 19% em categorias premium.
Na prática, o vendedor é forçado a embutir o custo do frete e das taxas no preço final — e agora, se fizer isso, será penalizado por “não ter o preço mais competitivo”.

É uma lógica que não se sustenta.
O vendedor precisa repassar custos para não ter prejuízo.
Mas, segundo o novo comunicado, se ele fizer isso, o algoritmo vai simplesmente esconder seu anúncio.

O vendedor está preso num jogo impossível

O Mercado Livre sabe que pode fazer isso.
Sabe que tem o maior alcance e o maior tráfego do país.
E também sabe que a maioria dos pequenos e médios vendedores depende da visibilidade dentro da plataforma para manter suas operações ativas.

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O resultado é uma pressão velada e desigual.
Quem quiser continuar aparecendo precisa se submeter à regra e reduzir seus preços, mesmo que isso signifique abrir mão do lucro.
Quem resistir, perde o alcance e vê suas vendas desabar.

Essa política coloca o vendedor em um dilema cruel:
ou reduz a margem para agradar o algoritmo,
ou aumenta o preço nos outros canais e perde competitividade em todo o ecossistema.

“Vamos manter a plataforma competitiva” — pra quem?

O comunicado veio acompanhado de um banner promocional, com o rosto do Ronaldo Fenômeno e a frase:

“Vamos manter a plataforma competitiva. O último trimestre de 2025 será o mais forte de todos.”

Mas a pergunta é: competitiva pra quem?
Para o consumidor, pode parecer algo positivo num primeiro momento.
Mas quem trabalha com e-commerce sabe que precificação é uma arte delicada.
Quando a plataforma interfere nesse equilíbrio, os efeitos colaterais aparecem rápido:
empresas menores quebram, vendedores perdem margem e os preços, em vez de caírem, acabam subindo nos outros canais para compensar as perdas.

ChatGPT-Image-22-de-out.-de-2025-16_40_16 O Mercado Livre Passou dos Limites: o Comunicado Que Pode Quebrar Vendedores
comunicado oficial do Mercado Livre

O impacto real sobre o mercado

Essa política não torna o mercado mais competitivo — ela concentra o poder na mão da plataforma.
Ao forçar o vendedor a ter o menor preço no Mercado Livre, a empresa impede que ele gerencie seus próprios canais de venda.
É um movimento perigoso, que ameaça a sustentabilidade do e-commerce independente no Brasil.

Pequenos empreendedores, artesãos, revendedores e lojistas que dependem do marketplace agora terão que rever completamente suas estratégias de precificação.
Alguns vão aumentar preços em outros canais para não sofrer penalização.
Outros, incapazes de ajustar margens, podem simplesmente sair do jogo.

O que você pode fazer

  1. Diferencie seus anúncios
    Use variações de título, EAN, fotos ou kits para dificultar o rastreamento automático entre marketplaces.
  2. Monitore seus preços com ferramentas de mercado
    Plataformas como Precifica, Hub2B e Lett podem te ajudar a acompanhar comparativos de preço e ajustar dinamicamente.
  3. Fortaleça seu canal próprio
    Invista em loja virtual, site ou redes sociais. Quanto mais você depender exclusivamente do Mercado Livre, mais vulnerável estará.
  4. Não entre na guerra de preços sem cálculo
    Reduzir preço sem revisar custos pode parecer uma solução rápida, mas a longo prazo destrói margens e inviabiliza o negócio.
  5. Acompanhe a reação do mercado
    Esse comunicado gerou forte repercussão nas redes, com vendedores indignados. Quanto maior a pressão pública, maior a chance de ajustes nessa política.
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Mercado Livre vai monitorar os anúncios do vendedor em outros marketplaces

Conclusão: o algoritmo virou o novo patrão

O comunicado do Mercado Livre é mais do que uma mudança técnica: é um sinal claro de controle e desequilíbrio entre plataforma e vendedor.
Exigir o menor preço de quem já paga as maiores taxas é uma afronta à lógica do mercado e à sobrevivência de quem trabalha honestamente no e-commerce.

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O vendedor brasileiro, que já lida com impostos altos, logística cara e margens apertadas, agora precisa enfrentar mais uma barreira — o algoritmo.
Um algoritmo que decide quem aparece, quem vende e quem desaparece.

E você, o que acha dessa decisão?
Deixe seu comentário abaixo e compartilhe sua opinião.
Esse debate precisa ganhar força, porque o futuro do comércio eletrônico independente está em jogo.

AUTOR: FERNANDO VENTRAMELI Muito prazer, sou especialista em e-commerce, com mais e 13 anos de experiência em vendas pela internet, especialmente em Marketplaces e Lojas Virtuais. E neste blog quero conteúdo exclusivo e de qualidade sobre o assunto.